quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Habak - Un Minuto de Obscuridad No Nos Volverá Ciegos


Resenha: Habak - Un Minuto de Obscuridad No Nos Volverá Ciegos (2018)

Quando se ouve "Un Minuto de Obscuridad No Nos Volverá Ciegos", da banda Habak, é impossível não sentir a força crua e emocional que permeia cada faixa. Este trabalho, lançado em 2018, carrega consigo uma profundidade que transcende o som, um grito sincero de resistência e criação nascido das margens da hostilidade e da adversidade.

Gravado durante o verão de 2017 em Tijuana, México, este álbum é uma celebração do espírito punk, não apenas como um gênero musical, mas como uma postura de vida. Habak deixa claro que este é um projeto coletivo, moldado pela colaboração e solidariedade: das amigas que criaram flyers e capturaram momentos em fotos, às pessoas que abriram suas casas e corações em turnês, até as jam sessions no quarto de ensaio. Esse ethos comunitário é refletido em cada nota e verso.

As quatro faixas – "Histeria Colectiva", "Con la Mirada al Horizonte", "Distopía" e "Araucaria" – possuem uma construção visceral. “Histeria Colectiva”, com sua duração de pouco mais de cinco
minutos, é uma explosão de emoções, onde a banda entrega uma introdução esmagadora que rapidamente evolui para um caos controlado. A segunda faixa, “Con la Mirada al Horizonte”, é uma peça de três minutos intensos que evoca tanto a desesperança quanto a vontade de lutar por um futuro melhor. Já “Distopía” carrega uma narrativa quase cinematográfica com seus seis minutos, tecendo camadas sonoras que criam uma sensação sufocante de isolamento e crítica à sociedade moderna. Por fim, “Araucaria” traz um fechamento profundo e melódico, ecoando um misto de nostalgia e resistência.

O vocal é o ponto alto desse trabalho, com uma interpretação que mistura fúria e vulnerabilidade. A vocalista Alejandra canaliza emoções que vão além das palavras, utilizando sua voz como uma ferramenta que conduz o ouvinte por um caminho de confronto com suas próprias realidades. A postura do grupo também merece destaque: não há busca por fama ou validação superficial, apenas uma entrega genuína à música como forma de expressão e denúncia.


O som de Habak se alinha perfeitamente com o espírito DIY (Do It Yourself). Eles mesmos editaram o álbum em formato de cassete, reforçando a independência e autenticidade de seu trabalho. A gravação e mixagem ficaram a cargo de Patrick Alexander, enquanto a masterização foi realizada por Mora em La Cacho Estudio. A arte da capa, assinada por Marcela Tavarez, complementa a estética bruta e marcante do projeto.

Em "Un Minuto de Obscuridad No Nos Volverá Ciegos", a banda Habak não oferece apenas música; eles oferecem uma experiência profundamente humana, um convite a refletir sobre os desafios de viver e criar em uma “pútrida fronteira”, como eles mesmos descrevem. É um álbum que carrega a alma de um povo que transforma hostilidade em arte, um lembrete de que mesmo na escuridão, é possível encontrar luz.


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