quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Resenha: Mávra – Dark Incantations (2025)

 

Mávra surgiu em 2018, na cidade de Suzano, São Paulo, como uma força emergente do metal ocultista brasileiro. Fundada por Iser (guitarras e vocais), a banda logo reuniu Paulo Henrique (guitarras), Uriel Erick (baixo) e J.L. Índio (bateria) para formar um grupo que mescla intensidade musical com narrativas sombrias e atmosféricas. O nome, que significa "negro" em grego, reflete a essência profunda e esotérica de seu som. Desde o início, a banda se destacou pela originalidade e pela conexão visceral com temas ocultos, conquistando respeito na cena underground antes mesmo de lançar seu primeiro álbum.

Dark Incantations, gravado entre junho de 2023 e setembro de 2024 nos estúdios Sounder (Ferraz de Vasconcelos) e Mordor (Suzano), é o marco inicial de sua discografia. O álbum, lançado em conjunto com os selos Black Seal Prod., Invisible Forces of Evil, Antichrist Hooligans distros e Metal Mania, captura a essência ritualística que Mávra representa, enquanto demonstra um nível de sofisticação raro para um disco de estreia.

O Álbum: Dark Incantations é composto por sete faixas principais e uma surpresa escondida na versão
física, o álbum é uma viagem pelas profundezas do misticismo. Cada música apresenta uma narrativa única, amparada por instrumentais intrincados e uma produção impecável. A mistura de vocais agressivos e melódicos, riffs elaborados e uma seção rítmica sólida cria uma experiência marcante para o ouvinte.

01 - The Awake of the Witch 

O álbum começa com um despertar místico. Um riff crescente, envolto em camadas de atmosfera, estabelece o tom sombrio e dramático. É uma introdução que convida o ouvinte a adentrar um mundo ritualístico, onde as fronteiras entre o real e o sobrenatural se dissolvem.

02 - A Coffin Inside the Ship 

Narrativa épica que combina melancolia e tensão. Os riffs melódicos se misturam a passagens pesadas, enquanto os vocais oscilam entre um lamento sombrio e gritos viscerais. A faixa evoca imagens de naufrágios e maldições antigas, criando uma atmosfera cinematográfica.

03 - Mr. Carter 

Inspirada por figuras misteriosas, esta música é carregada de personalidade. A bateria precisa de J.L. Índio dá sustentação às guitarras dinâmicas de Iser e Paulo Henrique, que alternam entre agressividade e melodia. A composição é uma das mais cativantes do álbum.

04 - Moonlight 

Aqui, o baixo de Uriel Erick assume protagonismo, conduzindo a faixa com linhas graves e impactantes. A música tem uma estrutura que se assemelha a uma narrativa, com momentos de calmaria que explodem em um clímax avassalador.

05 - Eimai 

Cantada parcialmente em grego, “Eimai” traz influências orientais e uma melodia hipnótica que se entrelaça com riffs pesados. A faixa demonstra a habilidade da banda em explorar sonoridades únicas, enquanto mantém sua identidade obscura.

06 - Niki 

“Niki” apresenta uma dinâmica impressionante entre as guitarras e a bateria, criando uma sensação de urgência e desespero. É uma faixa que simboliza uma luta incessante, carregada de simbolismos místicos.

07 - Malleus Maleficarum 

A peça final do álbum principal é monumental. Com mais de oito minutos, a música é um retrato sonoro de perseguições inquisitoriais. Os arranjos complexos e as mudanças de ritmo transformam a faixa em uma experiência visceral e carregada de simbolismo.

A Faixa Oculta Embers Fire é para aqueles que adquirirem a versão física do álbum terão uma surpresa ao encontrar um cover fantasma como está no site da Luciferrex, mas a dica é de uma banda britânica. Mas posso dizer que Mávra reinventa o clássico, mantendo a essência sombria, mas adicionando camadas mais cruas e pesadas. É uma homenagem brilhante a uma das grandes influências da banda.

A produção de Dark Incantations é um espetáculo por si só. Gravado e mixado por Sander Iguchi no Sounder Studio, e masterizado por Iser no Mordor Studios, o álbum captura cada detalhe instrumental com clareza, sem perder a densidade que caracteriza o gênero. A capa, criada por Wagner Matos, é uma obra-prima visual que complementa perfeitamente o conteúdo sonoro, enquanto o design artístico de J.L. Índio fortalece o aspecto conceitual do projeto.

Com Dark Incantations, Mávra entrega um álbum que é ao mesmo tempo desafiador e recompensador. É uma obra que transborda originalidade e maturidade, mostrando que a banda está pronta para ocupar um lugar de destaque no cenário do metal ocultista mundial. A riqueza de detalhes e a complexidade musical tornam o disco essencial para os amantes do gênero. Sem dúvidas, este é apenas o início de uma trajetória promissora para a banda de Suzano.


Contato:  fernando.iser@gmail.com - mavra.official@gmail.com

Adquirir cd entre em contato: Black Seal Prod., Invisible Forces of Evil, Antichrist Hooligans distros e Metal Mania

Site: LuciferRex



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