Com a evolução da tecnologia, projetos solo de metal estão se tornando cada vez mais comuns. Embora esse formato apareça com mais frequência em subgêneros adjacentes ao Black Metal, o Doom Metal também tem acolhido iniciativas desse tipo. Vindo da mente criativa de Danilo, o Ormsdóttir é uma one-man band de Doom Metal em ascensão no cenário brasileiro.
Seu primeiro trabalho, o EP Children of Sin, foi lançado no início de 2024. Com três faixas “Children of Sin”, “Kill the Monster” e “The Boring Human Life” totalizando quase 15 minutos de duração, o EP apresenta um Doom Metal lento, hipnotizante e direto, com vocais arrastados, riffs simples e uma percussão minimalista, porém eficaz. A estética sonora é crua, o que fortalece o caráter underground e intimista da obra.
Children of Sin é apenas o primeiro lançamento do projeto, e Danilo ainda tem um longo caminho pela frente o que, por outro lado, significa um enorme potencial de evolução. Há momentos notavelmente bem construídos no EP. As faixas contrastam entre si: “Kill the Monster” se destaca por uma energia mais agressiva e nuances de stoner, enquanto “The Boring Human Life” mergulha no lado mais tradicional e arrastado do Doom, com atmosferas melancólicas e introspectivas.
No geral, a estreia de Ormsdóttir no Doom Metal pode até apresentar traços de inexperiência em certos momentos, mas também revela lampejos de personalidade e autenticidade. Lançar um projeto solo nesse estilo é, por si só, um desafio, e Danilo consegue entregar um trabalho coeso e promissor. Ormsdóttir já desponta como uma das joias escondidas do underground nacional.
A produção aposta em uma sonoridade crua e direta, que contribui para a identidade sombria e artesanal do trabalho. Essa escolha aproxima o ouvinte da essência do Doom: um som orgânico, introspectivo, quase ritualístico.
Além do peso e da lentidão característicos do gênero, Ormsdóttir também flerta com nuances existenciais e filosóficas em suas letras algo que pode ser mais explorado nos próximos lançamentos. “Children of Sin”, por exemplo, evoca um sentimento de culpa ancestral e decadência humana, enquanto “The Boring Human Life” reflete sobre o niilismo da existência cotidiana.
O futuro do projeto parece promissor. Se Danilo continuar investindo na lapidação do som, ampliando a complexidade dos arranjos e aprofundando os temas líricos, Ormsdóttir tem tudo para se tornar um nome respeitado na cena nacional e, quem sabe, internacional de Doom Metal underground.
Resenha por: Alessandro / Reinaldo
Nenhum comentário:
Postar um comentário